João de Deus Vieira
Alves*
Professora Responsável
Regina Zilberman
“Dificílimo
acto é o de escrever, responsabilidade das maiores.(...) Basta pensar no
extenuante trabalho que será dispor por temporal os acontecimentos, primeiro
este, depois aquele, ou se tal mais convém às necessidades do efeito, o sucesso
de hoje posto antes do episódio de ontem, e outras não menos arriscadas
acrobacias(...)” – Saramago , A Jangada de Pedra,1986
RESUMO:
O presente artigo analisa a obra A
Jangada de Pedra , de José Saramago, sob o ponto de vista do sentimento
ibérico na intertextualização com alusões aos fatos passados e presentes na
história de Portugal em relação à União Européia e o mundo, o estilo oral,
características da tradição oral populares em que a vivacidade da comunicação e
mais importante do que a correção de uma linguagem escrita.
ABSTRACT: This article analyzes
the work of The Stone Raft, Jose
Saramago, from the point of view of feeling Iberian with allusions to past
and present events in the history
of Portugal for the European
Union and the world, oral style,
characteristics of oral tradition popular
in the liveliness of the
communication and more important
than the correction of a written language.
1. IBERICIDADE
O Romance publicado em 1986, ano em que Portugal
ingressou na Comunidade Européia, atual União Européia, discute através da
ficção e adesão aos demais países europeus, mostra através do sentimento
ibericista do autor, uma inusitada e utópica viagem da Península Ibérica, que a
separar-se da Europa, romperia com laços históricos, lançando numa aventura em
busca da união de um povo com sentimentos convergentes, lusos e espanhóis, no
nascimento de uma nova ordem e uma nova Nação.
O alinhamento da península com
países da periferia do capitalismo, viaja ao encontro da identidade em consonância
e a proximidade às ex-colonias portuguesas e espanholas, alguns elementos de
cunho fantástico permeiam a obra, a própria antítese, está no titulo uma
jangada de pedra pode até ser construída, porém o fim precípuo para a qual um
barco é projetado, não é possível, e somente funciona no imaginário através da
ficção e metáfora de se dar vida a um ser inanimado, e alegoria de algo que é
na essência feito pra flutuar, afundará ou ficará marcando passado, no eterno
drama de lançar-se “por mares nunca dantes navegados”, ou permanecer na
mesmice, introspecção e retrocesso.
A par disso a viagem da península,
mostra o ressentimento e uma ponta de inveja que os portugueses olham a Europa além
das fronteiras dos Pirineus. Como nos afirma Claudia Amorim em citação de
Eduardo Lourenço, no ensaio intitulado “Nós e a Europa – Ressentimento e
fascínio” esse sentimento de marginalidade de Portugal em relação à Europa é
antigo e, no processo histórico do desenvolvimento do capitalismo na Idade
Moderna, e estagnação ibérica é fato incontestável.Mas é durante o século XIX
que essa “conotação deprimente, esse sentimento de desvalia que o Portugal e a Espanha
dos séculos XVII e XVII não viveram” (LOURENÇO,1994,p.26) torna-se dramático.
(IPOTESI,2011,p.112).
2. A OBRA
O resumo da obra servirá para
contextualizar a proposta deste trabalho, visto o amplo material a cerca de sua
publicação com trabalho e ensaios, e pretendermos através de uma leitura
subliminar abordar Saramago, como um escritor através de seu pensamento filosófico
e político.
O Romance inicia-se com a narração
de alguns casos insólitos _ Joana carda e vara de negrilho. Joaquim Sassa e o
arremesso de uma pedra ao mar, José Anaiço e os estorninhos e Pedro Orce e o
tremor da terra e Maria Guavaira e fio de lã – onde são interligados mais
adiante na narrativa.
A Península Ibérica acaba de se
soltar do continente europeu. Joaquim Sassa fica sabendo do fenômeno ocorrido
com José Anaiço, indo à sua procura para saber a correlação desses fatos com a
desagregação da Península. Joaquim Sassa
e Jose Anaiço partem em
Dois Cavalos ( o carro de Joaquim Sassa) rumo à Venta
Micena ( Espanha) à procura de Pedro Orce, que sente constantemente a terra
tremer. As autoridades, comprovando tal fenômeno. Decidem por ir a Lisboa. A
caminho da capital portuguesa, fazem uma pequena estada em Albufeira. O caos
nesta e noutras cidades é generalizado. A população, sem ter moradia, começa a
invadir hotéis, que estão vazios por falta de turistas. Choques entre o povo e
as tropas do governo geram um clima de intranqüilidade. A parcela rica da
Península Ibérica acaba por abandoná-la, levando consigo boa parte de seus
capitais por receio dos movimentos populares que aconteciam. Ao chegarem a
Lisboa, hospedam-se no Hotel Bragança. O fenômeno dos estorninhos chama a
atenção da Imprensa, que descobre os nossos protagonistas. Manchetes nas redes
de televisão, rádios e jornais levam as autoridades a buscarem Joaquim Sassa e
Pedro Orce para averiguações. Joana Carda vai ao encontro do grupo por ser
portadora do outro fenômeno (aludido no ínício do enredo). Joana carda
hospeda-se no Hotel Borges. O grupo empreende uma viagem à Ereira, onde Joana
passou a viver depois de separada e se dá o fenômeno da vara de negrilho. Inicia-se
um romance entre Joana e José Anaiço. Ao chegarem ao local do risco, encontram
o Cão Constante, carregando um fio de lã azul na boca, que se junta ao grupo,
afeiçoando-se no caminho na casa de Joaquim Sassa no Porto. “O destino do grupo
é a casa de Maria Guavaira, viúva há três anos, portadora de outro fenômeno”: ”...
não fiz mais do que desmanchar uma meia velha, dessas que servia para guardar
dinheiro, mas a meia que desmanchei daria um punhado de lã, ora o que aí está
corresponde á lã de cem ovelhas, e quem diz cem diz cem mil, (adágio popular na tradição oral portuguesa:
de quem conta um conto, aumenta um ponto) grifo nosso, que explicação se encontrará para este
caso,...”. Começa um idílio amoroso entre Maria Guavaira e Joaquim Sassa. O
rádio noticia a probabilidade de colisão entre a Península e o arquipélago de
Açores. Inicia-se outra etapa da viagem, em direção ao oeste peninsular. A
Viagem é feita pelo grupo em uma galera, pois Dois Cavalos não funcionará mais. Maria Guavaira conduz a galera
que é puxada inicialmente por um, posteriormente por dois cavalos (Pigarço e
Alasão). A evacuação do leste português é generalizada, deixando cidades
abandonadas e a população em desespero.
Os
governos português e espanhol mostram-se ineficientes quanto ao amparo desse
grande contingente de emigrantes. Já distantes da Europa, os Estados Unidos e o
Canadá preparam-se para dar as boas vindas à Península, começando a idealizar
as novas relações estrangeiras entre esses dois grupos. Acontece o inesperado –
a península acaba por se desviar do arquipélago de Açores, mudando naturalmente
seu curso ao norte. Todos reiniciam o retorno às suas casas. Os viajantes,
entretanto, resolvem continuar viajando – agora em direção aos Pirineus. As
duas mulheres do grupo acabam por ter relações com Pedro Orce, o que provoca um
clima instável nos viajantes. Os viajantes permanecem juntos, mesmo com certo
ressentimento que predominava. Chegam ao fim da Península, extasiados com o espetáculo
natural que presenciam. A Jangada de
Pedra para. Portugal fica voltado aos Estados Unidos e a Espanha a
Europa.Pedro Orce ainda afirma que a terra treme, o que acaba por se confirmar
com a retomada do movimento peninsular, que fica a girar em torno do seu próprio
eixo durante um mês. “ Dois Cavalos seguia
devagar (...), agora os viajantes demoravam-se nos lugares (...) agora os
viajantes demoravam-se nos lugares(...)”.Por essa ocasião, as mulheres percebem
que estão grávidas, não sabendo ao certo sobre a paternidade. O grupo encontra
Roque Lozano, o qual viera em seu burro (Platero) para ver o desregramento.
Roque Lozano se junta aos viajantes para retornar à sua casa (Zufre), como era
a idéia de todos. A Península começa a vagar rumo ao sul. Os Estados Unidos
perdem o interesse de antes pelos povos peninsulares, onde “todas” as mulheres
ficam grávidas. Joana Carda tem pressentimentos quanto a Pedro Orce. Este morre
no momento em que a galera para e ele não sente mais o tremor da terra. O grupo
descansa para retomar a viagem. O tempo da narrativa é psicológico. Embora haja
referências cronológicas, elas não predominan, além em grande parte imprecisas.
O espaço é a Península Ibérica a vagar pelo Oceano Atlântico.
Os narradores são múltiplos e
alternados, notando-se a intervenção direta do autor, o que anula um pouco a
presença do narrador tradicional. Algumas características das personagens
principais são, Joana Carda é Portuguesa, divorciada que mora na região de
Ereira. Ao riscar o chão com uma vara de negrilho, os cachorros de Cerbére
começam a ladrar, ação que não faziam há séculos.Joaquim Sassa é Português
(Porto), trabalha em escritório, estando de férias por uma praia do norte de
Portugal, lança uma pesada pedra no mar, espantando-se com a grande distância
que ela vem a tomar antes de afundar. José Anaiço é Português (Ribatejo) com o
oficio de professor que fica sendo acompanhado constantemente por uma nuvem de estorninhos.Pedro
Orce, quase sessenta anos, espanhol da região de Orce, farmacêutico no vilarejo
de Venta Micena. Ele sente a terra tremer enquanto os sismógrafos não conseguem
detectar nenhum tremor. Maria Guavaira, habitante da Região rural da galiza, puxa
um fio azul de lã de uma meia que se multiplica exageradamente em comprimento.
È este fio, através do cão Constante, que traz os outros personagens acima à
sua casa.
O autor utiliza períodos e
parágrafos muito longos (estes chegando às vezes a uma página ou mais). Há uma
total erradicação dos sinais de pontuação (usando predominantemente a vírgula e
o ponto). As falas de narrador e personagens são às vezes confundidas, onde o
uso do discurso indireto livre é bastante influenciador. A metalinguagem também
se faz presente no romance, onde se percebe leves doses de ironia. Dividida em
vinte e três capítulos, a obra preserva o português lusitano ( imposição do
autor aos países de língua portuguesa), fazendo-se valer de expressões
populares típicas de Portugal.
3. INTERTEXTUALIZAÇÃO
Na análise dos intertextos podemos
verificar dentre tantos existentes ao longo da obra alguns que se destacam tais
como: A citação de Saramago, do livro O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984,
sobre as andanças do heterônimo de Fernando Pessoa:
“As
mortas, porque tinham morrido, deixaram-se ficar, com aquela inabalável
indiferença que as distingue da restante humanidade, se alguma vez disse o
contrário, que Fernando visitou Ricardo, estando um morto e o outro vivo, foi
imaginação insensata e nada mais...” (SARAMAGO, 1989, p.28).
Os
novos paradigmas amorosos, em uma península à deriva, pressupõem que se viva o
presente e que nele os afetos se estabeleçam com respeito e solidariedade como
a engendrar uma nova humanidade constituída dos homens imaginários que a
península procura:
“Um dia
que já lá vai, D. João o Segundo, nosso rei, perfeito de cognome e a meu ver
humorista perfeito, deu a certo fidalgo uma ilha imaginária, diga-me você se
sabe doutro país onde pudesse ter acontecido uma história como esta”. E o
fidalgo, que fez o fidalgo, foi-se ao mar à procura dela, gostaria bem que me
dissessem como pode encontrar uma ilha imaginária. A tanto não chega a minha
ciência, mas esta outra ilha, a ibérica, que era península e deixou de o ser,
vejo-a eu como se, com humor igual, tivesse decidido meter-se ao mar à procura
dos homens imaginários. (SARAMAGO, 1989, p.61).
Saramago
tem em sua obra, um ritmo cinematográfico, haja vista o seu livro Ensaio sobre a Cegueira foi adaptado
para o cinema e lançado em 2008, produzido no Japão, Brasil, Uruguai e Canadá,
dirigido por Fernando Meirelles (realizador de O Jardineiro Fiel e Cidade de Deus), em 2010 o realizador português
Antonio Ferreira adapta um conto retirado do livro Objecto Quase, conto esse que viria dar nome ao filme Embargo, uma produção portuguesa em
co-produção com o Brasil e Espanha.
“Nunca na minha vida vi
tanto pássaro junto, pela idade que mostrava ter não deviam faltar-lhe esta e
outras experiências, São para cima de mil, acrescentou, e tem razão, pelo menos
foram mil e duzentos e cinqüenta os convocados para esta ocasião. Afinal,
alcançaram-nos, disse Joaquim Sassa, vamos dar-lhes outro esticão e acabamos de
vez com eles, José Anaiço olhava os estorninhos que voavam em circulo largo,
triunfantes, olhava-os com expressão atenta, concentrada.”...)” Hitchcock dá
palmas na platéia , são os aplausos de quem é mestre na matéria.
(SARAMAGO,1989,p.64-66).
Ganhador
do Premio Nobel de Literatura de 1998, e também do Premio Camões em 1995, o
mais importante premio literário da língua portuguesa, Saramago foi considerado
o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua
portuguesa, em Jangada de Pedra ele homenagem
o escritor Espanhol, Juan Ramon Jimenez, Nobel em 1956.
"Platero y yo",
o burro Platero, de Juan Ramón Jiménez (1881-1958), poeta espanhol.
"Platero es pequeño,
peludo, suave; tan blando por fuera, que parece todo de algodón, que no lleva
huesos. Sólo los espejos de azabache de sus ojos son duros como dos escarabajos
de cristal negro.
Lo dejo suelto y se va al
prado, y acaricia ligeramente con su hocico las florecillas rosas, celestes y
amarillas... Lo llamo dulcemente: "¿Platero?", y viene a mí con un
trotecillo alegre que parece que se ríe...
Come cuanto le doy. Le
gustan las naranjas mandarinas, las uvas moscateles, todas de ámbar, los higos
morados, con su cristalina gotita de miel... Es tierno y mimoso igual que un
niño, que una niña...; pero fuerte y seco por dentro, como piedra. Cuando paseo
sobre él, los domingos, por las últimas callejas del pueblo, los hombres del
campo, vestidos de limpio y lentos, se quedan mirándolo:
- Tien' asero.
Tiene acero. Acero y plata
de luna, al mismo tiempo.
Cuando ya de noche, vuelve
Platero del campo con su blanda carga de ramas de pino para el horno, su paso
es menudo, como el de la señorita del circo en el alambre, fino, juguetón...
Parece que no anda. En punta las orejas, parece un caracol debajo de su casa...
Y en el campo, que va ya a
diciembre, la tierna humildad del burro cargado empieza, como el año pasado, a
parecer divina..."
“E conta lá chegar montado
nesse burro,Quando ele não puder comigo, iremos a pé os dois, Como é que o seu
burro se chama, Um burro não se chama, chamam-lhe, Então, como é que chama ao
seu burro, Platero. E vão de viagem, Platero e yo.” (SARAMAGO,1989,p.67).
4. A SUBLIMINARIDADE
A
Jangada de Pedra nos leva a bordo nesta viagem a interpretações subliminares do
pensamento saramaguiano, o seu fervor comunista e por óbvio seu anti-americanismo,
faz com que exprima o sentimento pacifista, revisitando a Teoria da Evolução de
Darwim , de que a partir do momento que o primeiro macaco desceu das arvores ,
começou a corrida até os megatons (critica clara às Bombas Atômicas lançadas
sobre Hiroshima e Nagasaki), os helicópteros socorrendo a população e chegando
com betume para tentar a fenda que separa a península do restante da Europa, em
tempos de paz num campo primaveril é antagônica, a imagem que nos remete ao filme Apocalipse Now de Francis Ford Coppola , o psicodelismo , e o drama das pessoas que foram vitimas do
napalm (fósforo incandescente) que eram queimadas vivas. A foto da garota Kim Phuc, nua, fugindo de seu povoado que estava
sofrendo um bombardeio de napalm, até hoje é lembrada como uma das mais
terríveis imagens da Guerra do Vietnã.
Os nomes dos hotéis são propositalmente denominados Bragança,
ironia sobre um dos nomes da família real portuguesa, grande e pomposa, mas já
sem atrativo e “glamour” de outrora, Portugal na contramão do desenvolvimento Europeu,
sem atrativos turísticos e conseqüente fuga e não acolhimento, e a pensão
Borges é um tributo em nome de sua admiração e inspiração num dos mestres do
realismo fantástico o Argentino Jorge Luiz Borges.
Dois Cavalos, em principio um carro, após a galera puxada por dois cavalos,
chamados pela cor dos pelos, Pigarço ou Picasso,diz-se do cavalo, malhado de preto e branco
ou de côr grisalha,e Alasão, pelo da cor de canela.) , e também a utopia da
União Ibérica, que seria conduzida por um icone da pintura e das artes, um
gênio espanhol, Pablo Picasso, um comunista empedernido.
A Ironia e critica contra os italianos e franceses, uma
brincadeira no auge da crise, do caos
estabelecido, o narrador sugere que chamem os italianos que tem grande
experiencia em viadutos, visto os que foram construídos na época do Império
Romano, e ser ,hoje o trânsito de Roma um dos mais caóticos do mundo, e também
e mordaz com os intelectuais franceses ao afirmar “ E nós , portugueses, que
poetas devemos buscar a França , se lá nos ficou algum, Que eu saiba, só o
Mário de Sá Carneiro...( Uma vez que a vida que trazia não lhe agradava, e aquela que idealizava
tardava em se concretizar, Sá-Carneiro entrou numa cada vez maior angústia, que
viria a conduzi-lo ao seu suicídio prematuro, perpetrado no Hôtel de Nice, no
bairro de Montmarte em Paris, com o recurso a cinco frascos de arseniato de
estricnina.
As
mulheres grávidas no fim do romance, cria o otimismo do renascimento, porém a
dúvida sobre a paternidade, tema
recorrente na história de portugal colonizador, que após anos de saque e
exploração, volta para casa e facha porta a seus filhos.
A mitologia grega e parte importante na
trama , os cães que guardam o portão do Inferno , Cerbero e caronte o barqueiro
que fará a derradeira viagem e o fio azul, o fio de Ariadne, que conduziu Teseu
para fora do labirinto, salvando-o do Minotauro, passa-nos a esperança de uma
geração , um novo povo, uma ordem.
5. CONCLUSÃO
Ao concluirmos estas considerações
precárias no presente trabalho , vamos nos reportar à personagem Souza,
alter-ego de saramago e não por acaso seu segundo nome, que soa pretensioso e
megalomaniaco, em relação a vida e sua visão de futuro:
“Daí
a dias, já na sua terra portuguesa, será herói, dará entrevistas à televisão, á
rádio e à imprensa, Foi o primeiro a ver, senhor Sousa, relate-nos as suas
impressões do terrível momento.Repetirá vezes sem conto, e sempre há-de rematar
a ornamentada história com uma pergunta ansiosa e retórica, de causar arrepios
e que a sí proprio arrepia deliciosamente, como um êxtase. (SARAMAGO,1989,P.25)
Vinte e quatros anos após suas previsões,
com A instabilidade e quebra de alguns sitemas economicos na União Europeia,
não estaria Saramago, olhando e afirmando.Viram?,eu não avisei,pois!
Referências
JOSÉ Saramago
- Wikipédia, a enciclopédia livre.
CINTRA,
Teresa Colturalto, Auto-intextualização em Romances de Saramago, São Paulo,2008
AMORIM,Claúdia.
Nas fissuras da península e do sujeito, Juiz de Fora,2011-07-10
LOURENÇO,
Eduardo, Nós e a Europa, In.: Imprensa Nacional/Casa da Moeda,1994
SARAMAGO, José, A jangada de Pedra. São Paulo,1989,Companhia das
Letras,315p.