Éramos jovens tínhamos apitos, andar alegre e decidido, seria mais uma traquinagem afinal. Homens mais velhos puxavam o cordão, de uma proscrita UNE, camisetas com estampa do "CHE", uns fumavam maconha, outros bebiam cerveja preta, outros iam por não serem covardes, outros por ideais, e uns por Romantismo e as gurias. Ano de 1979. Inauguração da Praça Argentina, por um Ditador de Opereta. Todos cantavam a canção abaixo.
Uns fundaram partidos e hoje se digladiam em campos opostos, outros mantinham a chama estudantil acesa de Paixão e Barbosa. Éramos jovens, ao vento, sem documentos, com lenços,para enfrentar o gás lacrimogêneo, e bolitas para os cavalos escorregarem.
"Não Chores Mais (No Woman, no cry)
Gilberto Gil
Bem que eu me lembro
Da gente sentado ali
Na grama do aterro, sob o sol
Ob-observando hipócritas
Disfarçados, rondando ao redor...
Da gente sentado ali
Na grama do aterro, sob o sol
Ob-observando hipócritas
Disfarçados, rondando ao redor...
Amigos presos
Amigos sumindo assim
Prá nunca mais
Tais recordações
Retratos do mal em si
Melhor é deixar prá trás..".
Amigos sumindo assim
Prá nunca mais
Tais recordações
Retratos do mal em si
Melhor é deixar prá trás..".
SANGRANDO
A massa, plebe ignara
Segue seus lideres, como ovelhas inconscientes,
Rumo ao matadouro.
Seres inanimados, sem vontades nem anseio
Apenas meros executantes de atos autômatos e dispersos
Gritam nas ruas
Vociferam nos microfones mudos
E jogam a vida no beco escuro da omissão
Tudo resume-se em pequena parábola
“Em terra de cego quem tem um olho é rei”
Para mim é aleijado ou monstro
Um verdadeiro anormal
Para movimentar tanta gente
Tolher tantas idéias, fazendo verdadeira lavagem cerebral
Robôs do século vinte! Uni-vos!
É o brado retumbante que aturde os confins da subconsciência
E, todo aquele que fugir a regra
Será queimado na fogueira do radicalismo
A onda tem uma seqüência assustadora
Tal qual bola de neve crescendo a olhos vistos
O objetivo é um só:
O bem estar do ego do senhor
A segurança cuida de todas as irregularidades
A vigilância é constante
Os jornais amarelam nas bancas
Esperando a vez de virem a ser
A grande palmatória dos lúcidos que não aderiram
Do alto do prédio construído com suor e sangue
Um martelo ressoa forte na cabeça de acéfalos humanos
Sobre este imenso barril de pólvora
O cheiro de revolta irrita as narinas
Postado ao lado da cruz que carrega
O homem sente o próprio semelhante degenerar
Num ato desesperado oferece a mão descarnada e fria
Onde o mínimo de solidariedade já exauriu-se
E, julga ouvir a voz abafada dizer:
_ Tudo bem cara, estou apenas sangrando...
Segue seus lideres, como ovelhas inconscientes,
Rumo ao matadouro.
Seres inanimados, sem vontades nem anseio
Apenas meros executantes de atos autômatos e dispersos
Gritam nas ruas
Vociferam nos microfones mudos
E jogam a vida no beco escuro da omissão
Tudo resume-se em pequena parábola
“Em terra de cego quem tem um olho é rei”
Para mim é aleijado ou monstro
Um verdadeiro anormal
Para movimentar tanta gente
Tolher tantas idéias, fazendo verdadeira lavagem cerebral
Robôs do século vinte! Uni-vos!
É o brado retumbante que aturde os confins da subconsciência
E, todo aquele que fugir a regra
Será queimado na fogueira do radicalismo
A onda tem uma seqüência assustadora
Tal qual bola de neve crescendo a olhos vistos
O objetivo é um só:
O bem estar do ego do senhor
A segurança cuida de todas as irregularidades
A vigilância é constante
Os jornais amarelam nas bancas
Esperando a vez de virem a ser
A grande palmatória dos lúcidos que não aderiram
Do alto do prédio construído com suor e sangue
Um martelo ressoa forte na cabeça de acéfalos humanos
Sobre este imenso barril de pólvora
O cheiro de revolta irrita as narinas
Postado ao lado da cruz que carrega
O homem sente o próprio semelhante degenerar
Num ato desesperado oferece a mão descarnada e fria
Onde o mínimo de solidariedade já exauriu-se
E, julga ouvir a voz abafada dizer:
_ Tudo bem cara, estou apenas sangrando...
JOAO DE DEUS VIEIRA ALVES