terça-feira, 2 de outubro de 2012

POVO DO MATO- CAINGUANGUE


"Eles estavam aqui antes dos brancos,antes do negros, antes dos exploradores, vivem ? em reservas, a poeira da estrada é o que lhes resta, a miséria e a fome, e o pouco de terra que lhes resta, querem tirá-la , por aqueles que vivem se queixando nos noticiários da televisão, se tem seca esperam que o governo ajude, se chove  demais querem que o governo ajude. Vender balaios, dançar no calçadão, e esperar as migalhas dos passantes. 









Um barco sem rumo, sem timoneiro
Um andarilho, vagando sem dinheiro
Ambos parceiros

Poço sem fundo, sem saída
Arvores frondosas de outrora
Hoje, carcomidas, tombadas

Errantes dos becos escuros
Fabricantes de cestas
Povo do Mato, Cainguangue

Coxilhas, flechas, flechilhas
Calçadas, moradas, derrocadas
Lanças partidas, vidas quebradas

Tetas magras caídas
Filho desnutrido sugando
Orgulho ferido, enterrado

Donos da terra
Mãos estendidas, esmolando comida
JOAO DE DEUS VIEIRA ALVES

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