A poesia de Manuel Bandeira abandona os meios acadêmicos e fere os olhos dos professores e alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, chaga aberta na calçada da Oswaldo Aranha, esta é a Casa Lar do BICHOMEM.
Bichomem
O homem é bicho
o homem é lobo do homem
bicho-homem, homem-bicho
resto dos restos, dignidade perdida,
perde o nojo, vive o gozo
mata a sede, sacia a fome,
a sombra do ontem
do que foi já não lembra
sem roupa, sem teto, sem nome,
se foi o amor próprio, só restou vicio e esquina
solidão e desprezo, a rua é seu lar.
o homem é lobo do homem
bicho-homem, homem-bicho
resto dos restos, dignidade perdida,
perde o nojo, vive o gozo
mata a sede, sacia a fome,
a sombra do ontem
do que foi já não lembra
sem roupa, sem teto, sem nome,
se foi o amor próprio, só restou vicio e esquina
solidão e desprezo, a rua é seu lar.
JOAO DE DEUS VIEIRA ALVES
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