sábado, 21 de março de 2020

O CÃO

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                Havia num Quartel do interior, um Cabo ordenança, puxa-saco dos bons, gostava de empilhar e fazer o Chefe sonhar, braseiro era ele, o resto era fichinha, a soldadesca queria ser amiga do diabo, do que deste “colega”. O homem tinha o dedo gessado. Se é que me entendem?
            Quando o Comandante chegava o chimarrão estava pronto, a mesa limpa, tudo no maior asseio, e o vaselina ali se desmanchando em mesuras, com aquele sorrisinho de hiena no canto da boca.
        Numa viagem de inspeção o Comandante foi presenteado com um cachorrinho, pelo pessoal da comunidade, e batizado de “Tico”.
         Porem o animalzinho, não caiu nas graças do ordenança, que sentindo que perdia espaço, aproveitava as ausências do Chefe, pra sacanear e pregar peças no bichinho., porque sabia que aquela belezinha ia transformar-se num cachorrão e ia sobrar prá ele cuidar do monstro. 
           Um belo dia, o chefe chegou de inopino, (ou como diria um instrutor da Escola de Formação de Soldados  “ainopaino” ou sine dei “saineday”, mas isso é outra estória) e pegou o veterano no exato momento em que aplicava sonoro pontapé no cachorro.
Diante de tal atitude o Chefe, prendeu o ordenança.
_ Estás preso por maltratar o animal, e estou te passando a pronto. E saiu para uma reunião com o pessoal do Lyons e Forças vivas da cidade que aguardavam na Sala contígua.
     O Ordenança, apavorado. Tentando caminhar na posição de sentido, com os braços colados ao longo do corpo, junto a perna, balançava a cabeça, e exclamava aos berros pelo corredor, para que toda a Unidade ouvisse:
_ O senhor não pode fazer isso comigo, saiba que eu sou apaixonado e adoro o “seu tiquinho”.



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