Amiga!
Faz tempo que a gente não se vê, não conversamos. Por onde andas não sei, e, principalmente o que fazes?
Se estás magoada, eu tento compreender;
Se estás triste, eu vivo esta culpa;
Se estás feliz, é minha culpa igualmente;
Olha! O bar continua no mesmo lugar,os garçons, as cadeiras, os infelizes de sempre!
Só o cantor é que não tem jeito, continua cada vez mais desafinado.
Esses dias, vi teus olhos passarem apressados, e mais esvoaçante do que nunca estavam teus cabelos.
O medo, o ridículo, falaram mais alto e eu baqueei, corri, te alcancei, e ao virar-te pelos ombros, eras tão desconhecida que ••• chorei.
Fiz um mapa mental, de teu endereço e perdi nos descaminhos traçados.
Continuo como libriano legítimo, navegando entre o desespero e a euforia, entre a treva e a luz, entre o tudo e o nada, na eterna luta pelo equilíbrio.
Sei que os tempos estão difíceis, a luta diária para se garantir um lugar ao sol é ferrenha e hercúlea.
E no Panorama da vida tento encontrar a Passarela para caminhar rumo a teu sorriso.
Conseguirei?
Numa autocrítica ácida, concluí que preciso resgatar coisas boas do passado.
Uma delas é você! Se é que me permites a ousadia.
Na esperança de atingir você,fiz coisas incríveis, joguei com sentimentos, menti! O inferno se abriu sob meus pés, a implorei aos céus procurando Paz.
Hoje te retrato, mas não sinto no olfato teu perfume de névoa, e me perco sem tato, contigo a meu lado, pensamento fugaz, distante e inalcançavel.
Se fosse na época da cegueira, diria que fora uma surpresa grata, uma dádiva, ou qualquer adjetivo usado para expressar a emoção.
Hoje com os pés plantados (?), vejo que mais uma vez fui usado como escudo para tuas manobras dissimuladas.
Quando vais mostrar verdadeiramente a tua personalidade; ou será que já sei como és, e me recuso a enxergar.
Tantas bobagens ditas, juras eternas, tudo inútil e apropriado para nossos intentos.
Foi muita covardia de nossa parte, mas pouco importa. Éramos felizes, mesmo por instantes.
Quanta sacanagem fizemos um para o outro e pagamos em tempos opostos, a peso de ouro.
Qual dos dois é o mais culpado? Não sei! Nos entredevoramos e fomos levados pela turba da insensatez.
Quantas noites passadas em claro, quantas neblinas, chuvas e solidão agüentamos sem pedir arreglo.
Tudo fizemos para alcançar a negação, voltando sempre ao atracadouro inóspito, das marés baixas na paixão fulminante, da cegueira consciente e vã.
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